quinta-feira, janeiro 29, 2009

Gala Cromos da Bola 2008 - A Primeira Noite

Foi assim, com grande ansiedade, que o povo da bola acorreu à Primeira Noite da Gala Inaugural Cromos da Bola 2008. Todo o público, sem excepção, estava sedento para saber quem seriam os contemplados com os primeiros Rui Óscares da bola lusa. Em particular, o maroto do Leandro Grimi mostrou-se mesmo muito sedento, não só por ver a entrega dos galardões, mas sobretudo pela sua interpretação literal do adjectivo “sedento”. Adiante.

O grande arrebatador das estatuetas douradas desta noite foi, indubitavelmente, “Fight Club”, um “thriller” intenso que recebeu os galardões para Melhor Realização, Melhor Argumento Original, Melhores Efeitos Especiais e Melhor Desculpa Para Ganhar Um Belo Salário Sem Jogar.
O elenco posou para a posteridade com as estatuetas na mão e foi a grande sensação da noite. Pelo menos, até Stojkovic começar a embirrar com o brilho dos Rui Óscares, que supostamente não era intenso o suficiente para satisfazer o auto-proclamado “melhor guarda-redes actor do mundo”.

Na categoria de filme estrangeiro, o vencedor foi a comédia negra “Chromespotting”, uma história que gira em torno de um grupo de jovens levados pelo vício do futebol, com todas as consequências nefastas que daí advêm.
As infames performances de Benítez, Had, Balboa, Sepsi e Purovic embaraçaram algumas almas mais sensíveis, especialmente quando percebemos a decadência evidente das suas personagens. Mas como também divertiram de sobremaneira o público, a atribuição do Rui Óscar acaba por se justificar.
Para receber o prémio, o vencedor do galardão de 2007 – Mrdakovic. Ninguém afecto à realização de “Chromespotting” se mostrou disponível para atender à gala e Mrdakovic não se importou de receber nova distinção. É que, segundo as palavras do próprio, “o Rui Óscar do ano passado era uma Mrda e este, sim senhor, é um bibelot do Kovic”.

Uma das grandes películas do ano, o “affair” Katsouranis-Luisão, não podia passar em claro perante o júri. Um romance épico, com altos e baixos próprios de um casal de amantes que partilham uma casa desgovernada, que cativou tudo e todos. Luisão estava particularmente exuberante com o seu Rui Óscar para Melhor Cabeça Deformada Adaptada a Travesti, enquanto o galã Katsouranis esteve discreto ao receber a estatueta para Melhor Tentativa Para Fugir do Benfica Enquanto É Tempo.
Pelo sim, pelo não, tendo em mente a tempestuosa noite de amor havida em Setúbal, ambos receberam os prémios em salas distintas e nunca se encontraram durante a cerimónia.

Um dos filmes mais polémicos do ano acabou por receber apenas o Rui Óscar para Melhor Descalabro do Ano, o que soube a pouco. Notou-se alguma consternação por “Wall Street” ter falhado algumas das nomeações importantes para as quais fora designado, entre as quais se destacava o Rui Óscar atribuído pela Polícia Judiciária.
Ainda assim, “Wall Street”, onde dinheiro, música e terrenos se misturam explosivamente numa só avenida, foi sem dúvidas um dos dramas do ano. Para receber o prémio esteve Álvaro Braga Júnior, dada a indisponibilidade manifestada por todo o elenco, produtores e realizadores. Enfim; estranho, mas compreensível.

Fiquem sintonizados para as noites seguintes desta grande Gala. Esperem por mais filmes de acção, de aventura e de terror. Sim, Bruno Alves e Binya estarão presentes, seus apologistas do jogo ultra-viril.

domingo, janeiro 25, 2009

Gala Cromos da Bola 2008 - Introdução

Finalmente, o evento pelo qual todos esperávamos.
O País aguardava em suspenso pela Gala Inaugural Cromos da Bola, e eis que chegou o dia de tão ilustre recém-nascido ver a luz do dia. Ou da noite, partindo do princípio que já passa das 19 horas e a iluminação artificial é eficaz.

Famílias inteiras rumaram ao local para ver os seus ídolos, dormindo cerca de 14 dias e meio à porta do armazém onde se realizou tão insigne certame; tudo para conseguirem o lugar de onde melhor poderiam vislumbrar os seus ídolos, fossem eles Falmeida, Fábio Rochemback, Pedro Mantorras ou mesmo um modesto Marian Had.
















José Sócrates fez sentir o seu descontentamento, pois a taxa de desemprego aumentou em flecha nas semanas que antecederam a gala, devido aos chefes de família que abandonaram a labuta diária para montar tenda à porta dos hotéis onde dormiam as estrelas da sua adoração, na esperança de conseguirem o almejado autógrafo que lhes validasse a vida.
Por outro lado, os artistas estavam felizes por se encontrarem em tão prestigiado evento, mas extremamente nervosos, dada a incerteza sobre quem iria receber os Rui Óscares mais importantes da noite. 

"Eu mato-me, se não receber um Rui Óscar este ano. Mato-me!...ou bebo mais desta deliciosa Vodka finlandesa", disse Leandro Grimi, nomeado para o Rui Óscar de Melhor Actor pela dramática performance na tragicomédia "SCP Versus FCP", que estreou a 5 de Outubro de 2008.
  
As estrelas no tapete vermelho eram muitas e variadas, sempre brilhantes, ofuscando os ténues flashes das nervosas máquinas fotográficas. José Castelo Branco destacou-se pela suplesse do seu ensemble sensual, que lhe valeu um convite de Mário Bolatti para uma noite romanceira no teatro municipal de Cruz de Pau, embalados pelo doce som do musical "O Caixeiro Viajante Que Não Gosta de Marisco".



Do lado masculino, as atenções foram dominadas pelo charme de Sérgio Silva e o seu finíssimo fatinho Fabio Lucci adornado com lantejoulas que desenhavam o número 38,5 nas costas. Uma excentricidade que atraiu o olhar invejoso de "Rocky" Balboa, sempre lesto a comer lantejoulas com grandes quantidades de vinagre durante os treinos do seu clube.

Uma vez lá dentro, as estrelas da bola ocuparam os seus lugares. No sector C, fila 17, Fábio Rochemback causou alguma celeuma, quando mandou Pedro Silva para casa, pois precisava da sua cadeira. Uma para cada nádega.
No sector do lado, o Incrível Hulk seguiu as pisadas do lateral sportinguista, pois teve a brilhante ideia de comer a cadeira que lhe estava destinada. Foi-lhe prontamente apontada a saída, e o super-brasileiro acatou a ordem de bom grado, mas apenas após deglutir uma máquina multibanco, três funcionários do armazém, duas vigas de aço, um pão com fiambre, George Jardel, o Fiat 127 de Sepsi e a toalha do King Eusebius.

Não podemos finalizar esta introdução à gala sem mencionar a aparição de um duo que fez as delícias das criancinhas: Driss e Rudi foram a proverbial panaceia para a horde de petizes sedentos por um presentinho dos seus Pais Natal preferidos. Ao invés, levaram com calendários préviamente assinados e sorrisos amarelos, sendo que o do Driss era mais acastanhado, em virtude de usar frequentemente lama egípcia como pasta de dentes. 

Fiquem connosco para as próximas reportagens da Gala inaugural Cromos da Bola, que irá recompensar os melhores artistas e filmes de 2008 com os Rui Óscares correspondentes.

quarta-feira, janeiro 21, 2009

O Tico e o Teco do Futebol Português

Sim, nós já sabemos quem são os Bin Ladens do futebol português, Octávio foi bastante claro no seu discurso.
Mas chega de personagens de ficção.
Estamos fartos de comparações sem sentido.
O que queremos realmente saber é: e o Tico e o Teco do futebol português, quem são (ou quem foram)?
O povo exige uma resposta. Nós temos a resposta.

São estes dois abre-latas do círculo central, e não nos referimos à sua capacidade para desbravar linhas de passe ousadas por entre uma floresta de adversários, mas sim à sua habilidade natural para rasgar inocentes latas de conservas apenas com o uso das suas evoluídas dentições.

O Tico era Hugo. Sempre à cata de nozes e avelãs, este arisco alentejano deu nas vistas por ter marcado um golo ao FC Porto que deu a vitória ao Farense, já lá vão mais de 15 anos. Nascia a next-big-thing do futebol português. Mas, no final da sua carreira intermitente em que pulou pelas árvores de Leiria, Salgueiros, Beira-Mar e Louletano, o que restou na memória foi o seu teclado bocal. E que teclado: há quem diga que Carlos Costa aprendeu a tocar xilofone batendo com as caneleiras nos dentes de Hugo – mas há também quem diga que Hugo morderia fatalmente quem o ousasse fazer e que Carlos Costa não atinava com o dó-ré-mi. Agora Hugo anda a mastigar alfarrobas em São Brás de Alportel.

O Teco era Horvath. Um fanático por madeira, carapaças de tartaruga e tudo o que constituísse um desafio à sua força dental. O seu Donald foi Augusto Inácio. Este médio-esquilo (não confundir com médio-esquerdo) notabilizou-se pela destruição de balizas à dentada. Quando sorria, o mundo sorria com ele; quando chorava, o mundo também sorria com ele, pois pensava que Horvath ainda estava a sorrir. Agora deambula pelos parques poluídos da Boémia, em busca de frutos secos para suportar a hibernação. Ainda não ouviu falar de aparelhos ortodônticos.

Um dia contamos desvendar quem são os Patetas do futebol português. Ou, pelo menos, um terço deles – o que já nos deve ocupar até à nossa reforma.

sábado, janeiro 17, 2009

Regresso ao Futuro sob o Signo do Karaté

Hoje trazemo-vos um presentinho sob forma de pedacinho de céu embalado num reluzente embrulho youtubiano.

Jogava-se a época de 1993/1994. Mal ou bem, jogava-se a época de 1993/1994.
Eram tempos de fartura, churros e bonomia. As bancadas de terra batida do António Coimbra da Mota causavam expectoração castanha, Petar Mitharski liderava o ataque dos Fama Boys, Mangonga trocava constantemente a primeira letra do nome de Tuck por um "F", o Heitor lesionava três gajos por treino só na marcação de livres directos, e os dentes do Hugo faziam mais furor entre as algarvias do que a Zundapp do Floris Schaap.

Nas Antas, a descontrolada Toni-Mania deixava o luso-guineense sem mãos a medir perante os caçadores de autógrafos, e Alves Nilo Vinha já piscava o olho à Exponor. Porém, quando a brasileiro-soviética União da Madeira chegou à Invicta, ninguém queria saber disso para nada.
O que interessava era a vitória.
(ou no caso da União, um empate a 0-0 com 15 minutos gastos em câimbras, torcicolos, pontapés de baliza, substituições e vendas de cautelas em pleno relvado)

O resultado? Um compêndio de cromicidade extenso, completo e heterogéneo.

Começamos pelo momento Michael J.Fox de Vítor Baía, num verdadeiro Regresso ao Futuro, revisitando aquilo que iria fazer dez anos mais tarde, na resposta a remate de Armando "Le Petit" Teixeira. Só que desta vez a bola entrou mesmo, cortesia do pé-canhão de Hermeluísio Santos.

De seguida, temos o momento Chuck Norris da noite. Em duelo de gigantes, o mítico Chico Nelo leva a melhor sobre o mais carismático dos carregadores de piano, o caxineiro André. Ele, que para além de ser extremamente poupado no uso de pentes, faz gala de um extraordinário bom gosto na hora de dar nomes aos seus rebentos.

Como se já não bastasse o elevadíssimo grau de cromicidade da supracitada agressão, revejam o momento Platoon que a RTP e o próprio filho das Caxinas nos oferecem dos 30 aos 36 segundos do petit-film. Slow motion rocks.

Logo a seguir, o instante mais hilariante do desafio (e provavelmente da jornada, se o Simanic não se tiver equipado).
O sempre calvo José Orlando Semedo - o Zidane de Ovar - entra vagarosamente na grande área, quando é bárbaramente agredido/derrubado pelo finíssimo bigode de Marco Aurélio. O brasileiro, conhecido Atleta de Cristo, bem deve ter rezado uns belos Pai Nossos como penitência pelos impropérios que terá dirigido ao Paulo Batista de serviço após o lance reminiscente do infame vôo de Azar Karadas frente ao Estoril de la Plage.

Como um minutinho apenas pode trazer tanta informação cromíflua às nossas carentes almas...

vídeo fornecido pelo blog basculacao.blogspot.com

terça-feira, janeiro 13, 2009

Onde Pára Kirovski?

Jovan Kirovski nasceu numa cidade chamada Escondido, lá para os lados da Califórnia. Em jeito de premonição, esconder-se estava-lhe no sangue. Já o futebol parecia coagular-lhe as artérias… mas a América é a terra das bizarrias e o Tio Sam não se importou muito que Kirovski se dedicasse ao soccer, essa excentricidade enfadonha tão querida dos europeus: pelo menos onze tipos naqueles 50 estados teriam que o fazer.

Quis o destino que Kirovski viesse para Portugal e que homenageasse a sua cidade natal durante a sua estadia. E Kirovski levou esta homenagem muito a peito.

No início da época 2000/2001, Augusto Inácio, movido por uma aparente ingenuidade, quis alegrar o ambiente e promoveu umas brincadeiritas aqui e ali. Deu uns hula hoops para o Horvath praticar a sua agilidade de dentes, jogou à macaca com o Mbo Mpenza, definiu um programa específico de "mata-caldo" para o César Prates e, para um exercício colectivo, tapou os olhos e contou até 100.
Ui!, o que foi ele fazer… Mister Inácio mal sabia com quem se estava a meter. Foi como dar uns pitons afiados ao BrunoEl Codo de HierroAlves. Kirovski esfregou as mãos, satisfeito por poder demonstrar toda a sua valia técnica.

Um a um, os jogadores foram aparecendo. Bruno Caires foi o primeiro, pois nem conseguiu sair da frente de Inácio. Acosta, a contas com a sua ciática, também não demorou muito. E eles iam aparecendo, inclusivamente Mahon e Babb, apanhados dois meses depois no Irish Pub do Cais do Sodré, e Toñito, que afinal esteve sempre escondido debaixo de um pino no campo de treinos. Mas de Kirovski… nem sinal.
O americano não desarmava. Inácio contratou Hugo, ainda com uma réstia de cabelo a preencher o cocuruto, para tentar encontrar Kirovski com a sua impressionante habilidade de desarme… mas sem resultados. Hugo desmoralizou-se de tal forma que entrou numa espiral depressiva galopante, acabando como todos nós sabemos. Mário Cáceres, entretanto, enviou um postal do Chile onde se lia “rebenta a bolha!”, clamando pelo fim da brincadeira que julgava ferida de legalidade, mas Inácio não acatou a solicitação do chileno e considerou que Cáceres fez batota. A busca prosseguiu.
No auge do desespero, Inácio encheu Alvalade de hambúrgueres e coca-colas a ver ser Kirovski dava parte de fraco. Debalde. Spehar, com muita fome de golos e de fast-food em geral, enfardou todos esses iscos e com isso ganhou, para além de uma azia brutal, um free-pass para a bancada de Alvalade.

Por fim, Inácio desistiu. Manuel Fernandes, o homem que muitos sarilhos provocou a 14 de Dezembro de 1986, entrou em funções e estabeleceu como ponto de honra encontrar o esquivo Kirovski.
Até que um dia, Manuel Fernandes e todo o grupo de trabalho distraíram-se com uma soberba execução técnica de Bino, que, de tão excelsa e inusitada, até levantou os cabelos dourados de Edmilson Pimenta. Aproveitando o deslumbramento geral, Kirovski, saído de nenhures, correu lesto até ao local de contagem e proclamou heroicamente:
- One, two, three, Kirovski saves all!!!
Faltavam apenas 2 dias para terminar a época. O plantel não se sentiu particularmente salvo e Delfim até já tinha perdido um ligamento cruzado, dois meniscos e meio tendão de Aquiles. Foi uma vitória de Pirro, com sabor agridoce.
Manuel Fernandes, porém, admitiu a derrota.
- Parabéns, Jovan, ganhaste. Mas nós queríamos mesmo que tu tivesses jogado algum futebol.
- Soccer? What the hell? Wasn’t this supposed to be a season-long hide-and-seek game?
- Por acaso não era, Jovan. Estás a ver aquele avião ali? É um low-cost que vai para a Inglaterra. Queres tentar a tua sorte por lá?
- Do I have a choice?
- Não. E leva o Mahon contigo.

Kirovski, com emoções cruzadas, pegou na sacola e lá foi tentar exibir as suas qualidades Copperfieldianas para a Velha Albion. No Crystal Palace até jogou algum futebol, mas seria em Birmingham que se dedicaria novamente à arte da ocultação pessoal. Com um sucesso retumbante, diga-se. Quando o vislumbraram, já Kirovski cruzara o oceano, rumo à sua terra prometida.
As saudades falavam mais alto, sentia falta das grandes pick-ups e do saudável odor a gordura frita. Abalou para o celestial LA Galaxy, onde a carreira de futebolista propriamente dito descolou, qual foguetão. Porém, o fuel faltou ao fim de pouco tempo, os genes acabaram por falar mais alto: a passagem por Colorado foi Rapid(a) e em San Jose nem vários Earthquakes o permitiram encontrar. Resultado: o regresso à galáxia de LA, onde uma profunda melancolia pelo facto de Abel Xavier já não estar presente poderá afectar as suas capacidades. Quaisquer que estas sejam.

Avançado exótico ou o homem que mais jus faz ao nome da sua terra natal, você decide.

segunda-feira, janeiro 12, 2009

Os Abomináveis Homens das Neves

Chegou a neve, o habitat natural destes monstros dos cruzamentos para lugares improváveis.
Eles são: Rui Neves, Neves e Jorge Neves (não encontrámos nenhuma foto deste yeti, mas como é gémeo do Rui…)
Antes que a Protecção Civil lance um alerta geral, a Cromos da Bola, SAD joga em antecipação e divulga aqui as faces do perigo. Tremei, incauto espectador junto à bandeirola de canto – eles ainda não perderam o jeito e poderão atingi-lo com alguma bolada.
De Neve(s), claro.

domingo, janeiro 11, 2009

Doppelgänger MXVIII















Yes, he can (get a free pass to the White House).
No, he can't (pass the damn ball).

quarta-feira, janeiro 07, 2009

Homens Duplicados (e Unificados)

Certos jogadores tornam-se indispensáveis na manobra das suas equipas.
Até se costuma dizer: “X vale por dois”, ou “Y é dois em um”, tal a influência desse jogador.
Mas também pode acontecer o inverso, isto é, quando dois jogadores distintos afinal são apenas um só.
Impossível? Não creiam. Acontece com maior regularidade do que seria esperado.
Os “Cadernos d’A Bola”, verdadeiros Almanaques Borda d’ Água para o aficionado do futebol, são pródigos em desmascarar a dupla personalidade que aflige determinadas figuras da nossa praça.

Tomai como primeiro exemplo este simpático vareiro.
Carlos Miguel era um rapazinho tímido, incapaz de olhar o mundo de frente. Médio mediano, labutava sem esperança pela intermediária. Até que um dia bateu com a cabeça numa tabela de basquetebol e se transfigurou. Já não era o inócuo Carlos Miguel, mas sim Nenad, venenoso atacante sérvio. Carlos Miguel acariciava o fundo das listas de convocados enquanto Nenad fazia mossa nas defesas contrárias.
Um dia, o treinador teve a ideia de escalar os dois para o mesmo onze. Resultado: Carlos Miguel jogou mais à frente do que estava habituado, Nenad esteve muito apagado a executar tarefas mais defensivas, a equipa jogava literalmente com menos um, a Ovarense acabou por perder copiosamente – e, para cúmulo, Nenad viu um amarelo, mas foi Carlos Miguel que recebeu a ordem de expulsão pelo seu primeiro cartão amarelo. Confusos? Sim, é natural, desde aquela fatídica tabela de basket que o Dr. Jekyll e o Mr. Hyde de Ovar nunca mais foi compreendido.

Eis mais dois Miguéis que afinal são só um. Miguel ou João Miguel?, era a pergunta que ecoava nas cabeças aturdidas dos adeptos da Mata Real em 1995, com aquele jogador que parecia saído de um argumento de David Lynch. Quando se sentia confiante, abraçava o nome de João Miguel e ia para o relvado de melenas ao vento e ostentando um certo ar de desdém pelo mundo; mas quando se sentia numa onda minimalista, e também para fugir aos impostos, era tão só Miguel e ia para o relvado de melenas ao vento e sempre com aquela aparência sobranceira que só Miguel, Miguel apenas ou João Miguel, sabia apresentar.
É claro que a situação de Miguel/ João Miguel levantou desconfianças no seio do plantel.

Monteiro, por exemplo, era incapaz de encarar João Miguel cara-a-cara. Sorria com desprezo da sua irritante insolência. “Esse gajo? Pfui, não lhe passo cavaco. Comigo, não há pão para malucos!”. Já em relação a Miguel, Monteiro era mais condescendente e consta que até houve uma vez em que lhe partiu uma caneleira e lhe pediu desculpas. Mas acabou por pedir desculpas ao João Miguel e, por via das dúvidas, deixou de pedir desculpas sempre que partia caneleiras a ambos.

Yulian não era capaz de esconder o seu espanto. “Hã? Como ser? Miguel ser João Miguel? Quê?”. A dúvida que assolava o quotidiano de Yulian é bem visível nesta foto. Há quem diga que este esgar foi causado pelo sol, há quem aponte para uma certa atrofia facial de contornos níticos, mas nós sabemos que o problema não era meramente conjuntural. Não. A culpa era do Miguel/ João Miguel, esse jogador fraudulento, o semeador da confusão, desmistificado pelos “Cadernos d’ A Bola”.

segunda-feira, janeiro 05, 2009

Wort zieht Wort an



















Acima Michael Kimmel, em 1994, cumprindo a promessa feita a Nélson Bertolazzi num treino da UDL.

Herr Kimmel afirmava que Mário Artur teria uma amplitude de visão próxima dos 360º, visto que os olhos do internacional moçambicano estariam mais afastados um do outro do que Pinto da Costa e LF Vieira.
Bertolazzi refutou essa teoria e decidiu testá-la, apostando com o panzer teutónico que caso o trinco perdesse, teria que usar um fato côr-de-vómito num programa do António Sala, desde que não fosse o "Jogo da Mala".
Por outro lado, se fosse o brasileiro a perder a aposta, a punição passaria por algo mais leve do que interagir com o António Sala. Começa com a letra "S", termina com a letra "A", tem o nome deste jogador dos Lakers de permeio, seguido da letra "I". Alguém estava de bom humor, portanto.

Ora bem, urgia testar essa mesma teoria. Como? Usando uma táctica que iria estar muito em voga 14 anos volvidos: atirando uma chuteira à cabeça do Mário. Direitinha à nuca. Se o brasileiro se desviasse, os dois compinchas saberiam que este conseguiria ver em todas as direcções (o que também explicaria a sua assombrosa e cacciólica capacidade de passe).

Resultado?

Ainda a cabeça do Mário Artur estava a 2cm do chão e Micha Kimmel já estava a caminho da Maconde para comprar um fatinho cor-de-vómito.

sábado, janeiro 03, 2009

CHOCAPIC ?



Quem é este senhor? Uma pista.. o nome é parecido mas não é o mesmo de Chooooocapic.. o bom sabor a chocolate!
Era Ponta de Lança

Actuou em Portugal em:
94-95 , 722 minutos - 2 golos
95-96 , 117 minutos de utilização - 0 golos

Antes , a sua carreira resume-se a isto...
Sentou Milosevic no banco na final da Taça da Jugoslávia no início dos anos 90 e era companheiro de Mijatovic e Zahovic. Venceu 2 campeonatos , e um deles pelo Vojvodina, em 1989.

1990/1991 VOJVODINA 29 13
1989/1990 VOJVODINA 30 8
1988/1989 VOJVODINA 25 6
1987/1988 VOJVODINA 27 0

Veio para Portugal depois de passar no Hércules de Alicante, com 17 jogos - 6 golos.
Acabou a carreira no Verin, da Grécia..
Foi um flop em Portugal!
Se calhar faltou-lhe o leite para ser uma mistura explosiva!! CHOCAPIIIIIIIIIIIC!
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...